quarta-feira, 6 de abril de 2011

QUAL O ASPECTO MAIS IMPORTANTE DO ESPIRITISMO?

Ciência, do latim scientia, conhecimento exato de certas coisas, conforme
alguns lexicólogos, é a primeira das três palavras que exprimem o tríplice aspecto sob
o qual se apresenta a Doutrina Espírita, composta pelos três pilares que a sustentam:
CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO. Entendemos que todos estes três aspectos,
geradores de conseqüências morais para a humanidade, são importantes, de acordo
com a linha de pensamento exposta a seguir.
CIÊNCIA
Se entendemos por ciência a sistematização lógica dos conhecimentos
resultantes da observação e da experiência, orientados e dirigidos convenientemente,
então, não há dúvida: o Espiritismo é também ciência. Ademais, se a ciência tem
como finalidade a rigorosa investigação dos fatos observáveis, decorrentes de causas
ignoradas, cuja extensão e natureza procura conhecer a fim de deduzir suas leis, o
Espiritismo, ainda assim, é ciência, e como tal requer, por força de seus métodos
comprovadamente experimentais, o lugar que lhe deve caber na classificação das
ciências ditas positivas.
As características científicas da Doutrina Espírita são evidentes quando
examinamos o intercâmbio existente entre encarnados e desencarnados. Neste caso,
ela é pura ciência quando comprova, experimentalmente, a existência do Espírito e
sua sobrevivência ao desaparecimento do corpo físico, por meio dos fenômenos
espíritas.
Como se sabe, a pesquisa séria e toda a análise criteriosa conduzem sempre o
homem ao encontro da verdade. Eis porque Allan Kardec, observando os fenômenos
das chamadas “mesas girantes”, chegou a conclusões tão significativas capazes de
levá-lo a codificar o Espiritismo. Por outro lado, embora os princípios da Doutrina
Espírita sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere o caráter
cientifico, podemos afirmar que a mesma é essencialmente filosófica.
Diante de tais colocações, concluímos que o Espiritismo como Ciência, estuda
e pesquisa os fenômenos espíritas como fatos naturais e universais perfeitamente
observáveis, e prova que os Espíritos existem e são imortais, sendo eterna a vida.
FILOSOFIA
O Espiritismo, enquanto Filosofia, define as responsabilidades do Espírito
encarnado e desencarnado, estabelecendo uma regra moral de vida e comportamento
para os seres da Criação, dotados de razão e consciência.
Ao encontro dessa assertiva, a questão 614, de O Livro dos Espíritos, nos
mostra que “a Lei Natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira, para a felicidade do
homem. Indica-lhe o que deve fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta”.
Portanto, o aspecto filosófico do Espiritismo está no estudo que faz do homem,
em sua dimensão física e espiritual, da sua origem, da sua destinação e de seus
problemas; e no estudo de Deus, Criador de todas as coisas e que tudo dirige
inteligentemente.
Podemos dizer, então, que o Espiritismo enquanto Filosofia compreende todas
as conseqüências morais que emanam da interpretação dos fatos naturais e universais,
permitindo ao Homem chegar, pela reflexão e pela razão, à verdade a respeito de si
mesmo, da Vida, do Mundo e de Deus.
RELIGIÃO
Vale lembrar que, em todas as obras da Codificação, Allan Kardec evidenciou
o caráter religioso do Espiritismo, como demonstraremos através das citações que
faremos a seguir:
a) “O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da Religião:
Deus, a Alma, as Penas e as Recompensas Futuras” – O Livro dos Espíritos
(Conclusão, Item 5);
b) “(...) o Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da Religião e respeita
todas as crenças; (...) um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos
que os não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes (...)” – O Livro
dos Médiuns (1ª Parte, Capítulo III, Item 24);
c) “A Ciência e a Religião são as duas alavancas na inteligência humana: Uma
revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no
entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se” –
O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo I, Item 8);
d) “(...) o Espiritismo vem opor um dique à difusão da incredulidade (...)” – O
Céu e o Inferno (1ª Parte, Capítulo I, Item 4);
e) “O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem ao contrário,
confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da natureza, que revela,
tudo quando o Cristo disse e fez (...)” – A Gênese (Capítulo I, Item 41);
f) “O Espiritismo é uma religião e nós nos ufanamos disso” – Discurso de 1º de
Novembro de 1868, pronunciado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
e publicado na Revista Espírita (Dezembro de 1868);
g) “O Espiritismo vem confirmar as verdades fundamentais da Religião” – O Que
é o Espiritismo (Terceiro Diálogo); e,
h) “O Espiritismo (...) não vem destruir os fatos religiosos, porém sancioná-los,
dando-lhes uma explicação racional (...)” – Obras Póstumas (1ª Parte,
Manifestações dos Espíritos, Item 7).
Por essas afirmações muito claras do Codificador, podemos dizer que a
Religião que se traduz em fé na existência de Deus, na certeza da imortalidade da
alma, na grandeza da vida aqui e no Mais Além, é o fator decisivo que garante a vida
espiritual estruturada em nosso mundo, principalmente por intermédio da vida social
e familiar.
Pelo visto, o Espiritismo como Religião compreende os deveres do Homem
para com Deus, não admite liturgia ou culto exterior, prega a fé raciocinada e repousa
sobre as bases fundamentais da crença religiosa: Deus, a alma e a vida futura.
CONCLUSÃO
Após tais considerações, podemos responder à pergunta-título deste artigo com
o pensamento do benfeitor espiritual Emmanuel, à questão 260 de O Consolador,
livro psicografado pelo médium Chico Xavier, ao ser perguntado se, “em face da
Ciência e da Filosofia, como interpretar a Religião nas atividades da vida”. A
resposta é cabal:
“Religião é o sentimento Divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas
expressões mais sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operam o trabalho da
experimentação e do raciocínio, a religião edifica e ilumina os sentimentos. As
primeiras se irmanam na sabedoria, a segunda personifica o amor, as duas asas
divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da
espiritualidade”.

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