sábado, 28 de abril de 2012

A Linguagem das Lágrimas


‘A linguagem das lágrimas não pode ser entendida pelos corações de pedra. ’
Severo Catalina (escritor espanhol)
As lágrimas possuem uma linguagem própria que varia de acordo com a época, o local, a situação e o próprio individuo. Basicamente, elas exprimem o sofrimento ou a alegria. No sofrimento é a demonstração de pesar, tristeza, desapontamento, desespero, angustia dor;  na alegria expressam alivio, orgulho, felicidade, esperança, vitória. Há situações que podem ser alegria ou sofrimento, como a saudade – depende de como se encara esse sentimento.
A lágrima que pode ser terapêutica – quando faz bem e traz alivio; mas pode ser autodestrutiva e perniciosa quando é provocadora do desespero e da revolta.
Jesus, no sermão da montanha asseverou: Bem-aventurados (felizes) os que choram, porque serão consolados. (Mt 5,4)
Por que o Mestre disse isso se na vida, naturalmente, somos sempre impelidos à busca de prazer, da alegria, da satisfação e da diversão? Se fomos programados para escapar do sofrimento e das lagrimas? Se buscamos inúmeras terapias e medicamentos para fugir da tristeza? Se ninguém costuma invejar os que choram? Afinal, de que choro Jesus estava falando?
Certamente não estava falando do choro do pessimista que esta sempre vendo o lado negativo de tudo; nem do invejoso que chora porque não tem o que o outro tem; nem o do egoísta cujo lamento é não ter todas as ambições descabidas atendidas; com certeza não é do rebelde que se revolta contra as leis divinas; muito menos do orgulhoso que chora o orgulho ferido; tampouco do desesperado que perdeu a fé e esperança frente às perdas ou dificuldades da vida.
O consolo prometido por Jesus é para aqueles que choram e vivenciam a sua tristeza olhando a vida pela sua verdadeira perspectiva: aos aflitos que compreendem que a causa justa das suas aflições está em si mesmo, nesta ou em outra existência  e, com otimismo e esperança, trabalham para superar os sentimentos negativos e de desanimo; é para o culpado que caio em si e se arrependeu de seus equívocos, sente-se incomodado pelos seus erros e, com esforço e tenacidade, busca reparar os danos causados; é para aquele que chora com resignação, entendendo que o sofrimento atual é o pagamento de dividas das faltas passadas e que, se suportado pacientemente, poupara séculos de sofrimento na vida futura.
Para entender a mensagem de Jesus é preciso sensibilizar-se ( Deixai que o vosso coração se enterneça – O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.13, item17 ) e não ter mais o coração de pedra. Deve-se sair do mundo EGOCENTRICO para o da SOLIDARIEDADE e da CARIDADE.
O processo de racionalização, entendimento das leis divinas à luz da Doutrina Espirita, estudando o livre-arbítrio, a lei de causa e efeito, a reencarnação e a lei de evolução provocam profundas transformações no individuo.
A lagrima que derramamos por causa da dor, do sofrimento, da saudade, mas que é acompanhada da resignação, da esperança e do sentimento do dever cumprido, esta sim é a consolação prometida pelo  Mestre porque traz alivio e alegria, é a lágrima terapêutica, que nos faz bem e impulsiona a progredir. Devamos evitar as lágrimas da autopiedade, da desesperança, a egoística porque são autodestrutivas, impedindo o progresso e trazendo a infelicidade.
Nos momentos de duvida, aflição e angustia, deve-se deixar um pouco de lado o nosso pono de vista, que é limitado e obscuro e ligar-se ao Pai em oração porque Ele na Sua infinita sabedoria e justiça nos oferece sempre o que nos é necessário e merecido, recusando aquilo que nos é prejudicial mesmo que este necessário e merecido, recusando aquilo que nos é prejudicial, mesmo que este necessário seja, momentaneamente, o sofrimento, conforme ensina o Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 28, itens 26 e 27 Nas Aflições da Vida.
 Fonte: Seara Espírita

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