quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Espírito

Um dia, um médico materialista resolveu questionar um de seus pacientes que ele sabia ser seguidor da doutrina espírita. Enquanto examinava o rapaz o médico foi logo perguntando:
- Você tenta ajudar os espíritos com sua doutrina?
- Sim! Respondeu
- Você já viu um espírito?
- Não, disse o paciente.
- Você já ouviu um espírito falando?
- Não, falou o espírita.
- Você já sentiu algum espírito?
- Não
Pois bem, completou triunfante o medico, temos ai três argumentos contra, e um a favor da existência do espírito ou da alma. Logo se conclui que, segundo a lógica, não existe nem um, nem outra.
O paciente então perguntou ao medico
- Você, como médico já viu uma dor?
- Claro que não, respondeu o médico.
- Você já provou uma dor?
- Não
- Você já cheirou uma dor?
- Não
- Você já sentiu uma dor?
- Sim! Disse, finalmente o medico.
Pois bem, conclui o paciente, temos ai três argumentos contra e um a favor da existência da dor. Apesar disso, você sabe que existe a dor, e eu sei que existem espíritos.
Somos feitos de sombra e luz. Somos seres materiais, sujeitos a todas as mudanças da matéria. E somos espíritos, com riquezas latentes e esperanças radiosas. Cada alma humana é uma projeção do grande foco eterno. Temos em nos os instintos dos animais mais ou menos comprimidos pelo trabalho longo e pelas provas das existências passadas. Temos também em nós a crisálida do anjo, do ser radioso e puro, que podemos vir a ser pelas aspirações do coração e pelo sacrifício constante do eu. Somos seres que tocamos as profundezas sombrias do abismo, com os pés e com a fronte, as alturas fulgurantes do céu.

Quanto mais se eleva o espírito e se purifica, tanto mais se torna acessível às vozes do alto. Tudo o que vem da matéria é instável. Tudo passa. Tudo foge. Os montes a pouco vão sendo abatidos pela ação dos elementos. As maiores cidades se convertem em ruínas. Os astros se ascendem, resplandecem. Depois se apagam e morrem. Só a alma é imperecível, imortal. Acima das civilizações extintas, sobrevivem as almas. Através dos tempos, a alma caminha, adquirindo conhecimento. Vê sempre se abrirem novos campos de estudos e descobertas. Paulatinamente, vai descobrindo que por toda parte reina a ordem, a sabedoria, a providencia e seu entusiasmo e sua confiança aumentam cada vez mais. Seu destino é a perfeição. A medida que vai adquirindo virtudes, ela saboreia de maneira mais intensa as felicidades da vida espiritual.
***
Deus conhece todas as almas, que formou com o seu pensamento e seu amor. Ele as deixa percorrer vagarosamente as vias sinuosas, subir os desfiladeiros sombrios das existências terrestres, acumular pouco a pouco em si os tesouros de paciência, de virtude e de saber, que se adquirem na escola do sofrimento. Mais tarde, amadurecidas pelos raios do sol divino, saem da sombra dos tempos e suas faculdades desabrocham em feixes deslumbrantes.
Daí em diante são luz que irradia e se revela em obras que refletindo o próprio ceiador.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

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