quinta-feira, 7 de julho de 2011

O cristianismo primitivo

O que se deve entender por “Cristianismo”?
O cristianismo é uma religião que segue os preceitos do Cristo, reconhecido como Jesus de Nazaré, nascido na Palestina, sob o domínio do Imperador  Augusto Tibério.

Quem podemos considerar como cristãos?
Quando se fala em cristianismo, oficialmente compreende-se católicos-romanos, protestantes e ortodoxos. Atualmente podemos considerar como cristãs todas as religiões ou seitas que professem Cristo como Modelo da humanidade. O Espiritismo é uma religião cristã.

Como entender sistematicamente o cristianismo?
Podemos dividir o cristianismo em dois momentos:
1.      Pregação do Evangelho após a ascensão de Jesus até a oficialização da religião pelo Imperador Constantino.
2.      Oficialização da religião até os dias de hoje.

Fale um pouco sobre a primeira parte do Cristianismo.
Vários povos, como os chineses, persas e hindus esperavam a qualquer momento a vinda de um Espírito de Alta hierarquia para que a humanidade pudesse se comprazer em seus ensinamentos elevados, porém ninguém sabia onde exatamente esse espírito iria encarnar.
Os Judeus receberam essa benção, e muitos estudiosos dizem que foi pelo fato da Palestina se situar eqüidistante no globo terrestre, facilitando assim a profusão da mensagem de amor, e também pelo fato de os judeus serem o único povo monoteísta da época, fato que evitaria revoltas a respeito da revelação de que há somente um Deus.

Na verdade, o cristianismo propriamente dito nasceu após a crucificação, quando os discípulos colocaram em prática os ensinamentos e viveram as verdades proferidas por Jesus, pois o Cristo nunca fundou entidade religiosa alguma. Chamemos esse episódio de “Cristianismo Primitivo”, que trataremos mais adiante.

Nos primeiros dias após a ascensão, os discípulos se espalharam devidos as fortes perseguições do império romano e de muitos judeus também, mas foram logo reunidos por Pedro, em Jerusalém, para aguardar a “volta” do Mestre e se dedicar aos princípios que Cristo ensinou vivendo, que era o verdadeiro cristianismo: repartição fraternal dos bens materiais, cura de doentes, providência para os desprovidos, trabalho no bem, otimismo e esperança, fraternidade, igualdade e amor; tudo o que hoje muitos que ostentam o nome de cristãos estão a anos-luz de compreender. Os discípulos, então, chamava-se de Irmãos do Caminho, Nazarenos, Discípulos do Carpinteiro, e por fim, o título que conhecemos hoje: “Cristãos”.

Como ocorreu a expansão da mensagem do Evangelho?
Apesar de toda a solidariedade evidente, muitos adeptos do cristianismo primitivo (época em que se vivia de coração os preceitos do Mestre) queriam que a mensagem de amor permanecesse apenas no território judeu. Para evitar o monopólio causado pela imaturidade desses discípulos, o próprio Cristo convocou Saulo de Tarso para as lidas evangélicas, começando por mudar seu nome para Paulo, pois um destino novo requeria um nome novo, e em seguida, enviá-lo para a introspecção de seus atos e logo, à vivência evangélica que muitos que conviveram com o Mestre encarnado ainda não compreendiam completamente.
Paulo viajou por grande parte do oriente médio e do velho mundo fundando núcleos de estudo dos ensinamentos do Cristo. Foi então que pouco tempo depois, na época de Constantino, o império romano, que combatia a Igreja, aderiu aos preceitos evangélicos, deturpando e maculando os santos ensinamentos enchendo de seus rituais, transformando o humilde e singelo culto interior a Deus um grande exteriorização morto.

E a segunda parte do Cristianismo?
Depois de várias mudanças doutrinárias e visionárias da proposta de construção da felicidade que o Mestre nos deixou, o cristianismo caiu em grande escuridão, a escuridão da hipocrisia.
Foi nessa época que começaram a surgir várias vertentes do cristianismo, efeito esse do personalismo impresso na imaculada Verdade.
O imperador da época, Juliano (sobrinho de Constantino), reuniu todas essas vertentes em Constantinopla, para que se enfrentassem em debate, com o objetivo de entrarem em acordo sobre suas opiniões sobre a doutrina.
Por outro lado, em Roma, o cristianismo progredia materialmente.
Essa luta entre Roma e Constantinopla acabou com a vitória de Roma e a criação do papado, onde o papa reteria em mãos todo o poder religioso e seria o embaixador de Deus na Terra, considerado até infalível em suas decisões.

E as perseguições aos fieis, como se deram?
Na idade média, o Vaticano criou a “Santa” Inquisição, com o objetivo de matar todos os que eram contrários à visão de Roma a respeito do Evangelho. Milhões de Cristãos foram mortos por manter em seus corações a viva chama da Palavra.
Naquela época, os cavaleiros escolhidos para a “Santa batalha” matavam sem piedade crianças, homens e mulheres que, indefesos fisicamente, recorriam à prece pelo perdão dos que os maltratavam, assim como o Mestre Jesus, fez na cruz antes de deixar o veículo de carne.
Devemos aprender a respeitar as religiões, mesmo que os pontos de vista sejam totalmente diferentes, pois se fizermos o contrário, poderemos estar cometendo o mesmo erro que alguns de “NÓS” podemos ter cometido nos momentos de ignorância em possíveis encarnações passadas.

O que seria então, o cristianismo primitivo?
O cristianismo primitivo, resumidamente, foi o momento de luz em que as Verdades Universais, como: a lei do amor; o bem ao próximo; o “não peques mais para que não te sobrevenha coisa pior”, foram vividas na prática, vivência essa que o Espiritismo redivivo, codificado por Kardec, e hoje no Brasil, com o auxílio de nosso amado Bezerra de Menezes, o médico amado, tem lutado para reluzir nos corações desse povo de fibra e de rosto sulcado pelos sofrimentos do passado. É impossível voltar no tempo para restabelecer o primeiro período de luz do cristianismo, mas podemos olhar para o passado e ver o que falta em nosso presente para que o futuro seja celebrado pela colheita de frutos bons, pois a era dos espinhos está chegando ao seu declínio, e os lírios hão de prevalecer como os trabalhadores da última hora.


Sammáryo da Costa Rêgo

Bibliografia
ARMOND, Adgard. Religiões e Filosofias; ED. 3°; ALIANÇA, 1999.


Obs.: O Livro citado na bibliografia está em forma de monólogo. A matéria foi escrita em forma de pergunta e resposta e comentários foram adicionados para facilitar o entendimento do leitor.


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