segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que o Kardecismo diz sobre o uso de Terços ou Rezas?

QUESTÃO 553 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Que efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor do concurso dos Espíritos?
 
“O efeito de torná-las ridículas, se procedem de boa-fé. No caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são mera charlatanearia. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.”

1. SINTONIA MENTAL
A Doutrina Espírita tem uma característica tríplice em sua definição, sendo: ciência, filosofia e religião.
Dentre essas três características, o que chama muito a atenção dos freqüentadores iniciantes é que não nos utilizamos de amuletos, rezas ou talismãs para entrar em contato com Deus, Espíritos protetores ou Anjos da Guarda, tudo é uma questão de sintonia mental.
O Codificador deixa bem claro na questão n° 553 de O Livro dos Espíritos que os espíritos são atraídos pela sintonia do pensamento, e não por objetos ou fórmulas.
Então, uma pergunta vem à mente: “o que pensar dos terços, rezas, crucifixos e amuletos que algum amigo ou familiar utiliza em seu momento de ligação com Deus ou com outra entidade?
No livro de André Luiz podemos encontrar uma citação feita pelo espírito Silas, quando ele e André Luiz entram em um templo anexo a uma mansão de auxílio espiritual nas regiões umbralinas, e se deparam com uma cruz prateada na parede desse templo: “... Até que a alma obtenha a sabedoria infinita, é indispensável caminhe na longa estrada dos símbolos de alfabetização e cultura que a dirigem na senda da elevação intelectual...” (Silas – Ação e Reação, de André Luiz).
A citação do nosso irmão Silas remete a uma postura de respeito a esses atos, mas não de apologia. O espírita deve respeitar o pensamento de seus amigos ou parentes, mas nem por isso precisa concordar com eles, pois cada ser humano precisa se unir em pensamento a alguma entidade de elevada hierarquia em suas orações, porém, cada um tem o seu jeito de se sentir mais seguro nesse ato: uns se utilizam de crucifixos ou terços, outros de incensos ou talismãs, e já outros apenas se recolhem em silencio e elevam seu pensamento a Jesus, o nosso irmão e professor maior.
Não esqueçamos que passamos várias encarnações em meio ao catolicismo, protestantismo e outras religiões, e reorganizar esses arquétipos não é trabalho de uma vida apenas, por isso devemos demonstrar respeito ao expor nossa posição sobre esse assunto para um amigo ou familiar.

2. TALISMÃS DURANTE A ORAÇÃO
Não é novidade vermos alguém em aflição recorrer ao seu terço para orar e se tranqüilizar. Não e novidade também que muitos, após esse ato, atingem um estado mental mais tranqüilo. O Espírito Verdade falhou em suas explicações? A resposta é NÃO!
Vejamos o que O Livro dos Espíritos nos diz a esse respeito na questão n° 554
Não pode aquele que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismã, atrair um Espírito, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então, o que atua é o pensamento, não passando o talismã de um sinal que apenas lhe auxilia a concentração?
 
“É verdade; mas, da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos depende a natureza do Espírito que é atraído. Ora, muito raramente aquele que seja bastante simplório para acreditar na virtude de um talismã deixará de colimar um fim mais material do que moral. Qualquer, porém, que seja o caso, essa crença denuncia uma inferioridade e uma fraqueza de idéias que favorecem a ação dos Espíritos imperfeitos e escarninhos.”

Os Espíritos esclarecem que o talismã pode ajudar na concentração, mas a palavra final é sempre do pensamento que atrai. Um talismã ou uma reza específica pode ajudar na concentração e pode dar mais segurança psicológica, porém, não deixemos de notar que a ação denuncia inferioridade em termos de segurança interior, insegurança essa que devemos respeitar, pois cada um está em uma faixa evolutiva diferente.
A ligação mais íntima que podemos ter com o Alto será quando nossa religião for a pureza de pensamentos e a Igreja for a nossa casa mental vibrando em uníssono com as Leis Eternas. Enquanto isso não acontece, o espírito trilhará a senda dos símbolos de alfabetização espiritual, como cita nosso saudoso irmão Silas.

Sammáryo Costa


Bibliografia:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos; Ed. 182, Araras, São Paulo, 2009.
XAVIER, Francisco. Ação e Reação; Ed. 28, Rio de Janeiro, 2009.

4 comentários:

  1. todos os dias faco meditacao, e apelo aos espiritos protetores ajuda para mim e todos os nossos irmaos encarnados e desecarnados, estamos neste mundo de passagem, devemos ajudar nos uns aos outros, porque nada se tem por acaso...

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    1. Verdade Perpétua, agradeço de coração por tua sintonia em desejar benefícios a todos nós, confesso que ainda rezo o terço, mas essa explanação me deixou perfeitamente instruído, então acredito que não será falta de respeito eu parar, pois vou me sentir bem da mesma forma, pois agora sei e confio no que sei, e me dedicarei à elevação espiritual como maior importância, pois é o mais relevante. Grato, abraço fraterno, paz e luz.

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    2. Aí que o Diabo gosta. Quem vai para o inferno são aqueles que não rezam ou rezaram muito pouco. Sou católica fervorosa e lendo isso aí me espantei mais ainda.

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    3. Católica cheia de dúvidas e/ou sem ocupação. Faz o que lendo matéria espírita? Não seria só para condenar prática de outras religiões, se for, deixou de ser católica com essas atitudes.

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